domingo, 25 de setembro de 2011

ARMAS NAS ESCOLAS

Nos últimos anos os homicídios por armas de fogo em escola tornaram-se, infelizmente, mais freqüentes. O mais alarmante é a faixa etária dos envolvidos. A discussão sobre o tema tem se pautado em como impedir a entrada de armas de fogo nas escolas. Considero que é imprescindível que armas não cheguem às crianças seja na escola, nos lares ou nas ruas.
Não concordo em transformar nossas escolas em prisões de segurança máxima, em retirar o lúdico da vida dos estudantes. Temos sim que afastá-las do acesso às armas que na maioria das vezes se dá na própria família.
No plebiscito sobre o desarmamento a sociedade optou por manter as armas para defesa. Contudo, elas se mostraram ineficazes nesse propósito e acabaram por causar tragédias tanto para as crianças quanto aos demais.
As armas civis são em geral de fácil manejo e de pequeno calibre. Muitas delas acabam em mãos de menores infratores que num círculo vicioso eleva a criminalidade e a violência.
Educação não se refere apenas aos conhecimentos científicos, mas em mesma proporção, ao aprendizado da cidadania. A responsabilidade do estado através de ensino de qualidade em um ambiente seguro com o apoio às crianças e famílias com necessidades específicas, aliada ao posicionamento da sociedade de forma menos egoísta e maior comprometimento familiar, são medidas fundamentais para proteger e garantir os direitos das crianças.
A solução desses problemas não se faz por medidas que visem apenas os efeitos, mas sim no combate da causa principal.

domingo, 18 de setembro de 2011

PSICOPATIA

A Psicopatia é uma patologia incurável, portanto não responde à reeducação que pauta nosso sistema carcerário. Falta aos legisladores o conhecimento técnico apropriado ao versar sobre esse assunto. É uma ingenuidade crer que penas de reclusão em regime fechado, que é em média cinco anos, em casos de homicídio em instituições superlotadas e insalubres possam realmente coibir esse tipo de delito.
É fato que nessas instituições existem casos de inocência ou de penas desproporcionais, contudo não se justifica liberar presos sob a alegação de falta de condições para abrigar a população carcerária. Levando-se em conta as estatísticas policiais e judiciárias a porcentagem de crimes solucionados e de condenações está bem aquém do que a sociedade espera. Não se trata de sensação de impunidade e sim impunidade de fato e de direito.
O Psicopata aprimora-se em seus crimes, pela própria característica da patologia, por isso a liberação inconseqüente desses criminosos leva à reincidência que por vezes são de conseqüências desastrosas como no recente caso de Goiânia e de tantos outros.
O Potencial ofensivo desses indivíduos só diminui por volta de 60 anos. É obvio, portanto, que assim que libertos irão reincidir. E quando atingem os 60 anos poucas são as oportunidade de reintegração à sociedade.
Há que se reformular por completo todo esse processo com uma avaliação psicológica acurada dos condenados, desde a condenação até sua libertação, com acompanhamento periódico posterior. Baseado nessa avaliação dependeria os indultos e o tipo de proposta ao sistema carcerário

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

BULLYING

Bullying é uma palavra de língua inglesa que vem tendo destaque crescente e significa em termos práticos a ausência de valores básicos aplicados na convivência diária.
O mais assustador é constatar que esse comportamento não se limita a uma faixa etária ou aos muros escolares, seus reflexos perduram por toda uma conduta de vida.
Ao citar valores morais básicos considera-se a solidariedade, amizade, responsabilidade e ética. Todo ato tem uma consequência, lei da física que se aplica a sociologia, filosofia e outras ciências.
Por mais ínfima que pareça a violência aos demais, para quem é submetido a ela em geral causa dor e sofrimento.
Recentemente foi divulgada uma pesquisa na qual refere-se ao bullying como algo importante para o desenvolvimento infantil, contudo discordo enfaticamente por entender que não é com ofensas verbais, físicas ou qualquer meio vexatório que podemos orientar os jovens. Esse comportamento só tende a exacerbar o comportamento agressivo que pode perdurar mais adiante. Estamos ensinando que o adulto de sucesso é o que aboliu a consciência desde a infância. Aquele que na escola é considerado popular é temido e imitado, mas não em boas notas ou num comportamento ao menos civilizademente rudimentar.
Dizem que evoluímos muito em termos tecnológicos, mas hoje precisamos de instrumentos sofisticados para obter resultados que na antiguidade se fazia com muito pouco, e muitos feitos sequer podemos entender e quiça reproduzí-los. Não esqueçamos também da democracia e da filosofia, legados milenares que não soubemos absorver.
A violência é crescente em todo o mundo, uma banalização da vida que não condiz com a condição de racionalidade. Não estão sendo exercidos os papéis de pais, educadores e do Estado na acepção mais ampla da palavra. Os maus exemplos podem ser notados em todos os níveis e como contestá-los se nos justificamos nossos próprios erros através dos erros alheios e perdemos a cada dia a tão sucateada civilidade.
A vida em sociedade é vital a nossa sobrevivência, até porque somos sete bilhões de pessoas num espaço restrito numa relação interdependente que insistimos em negar.
O bullying salta dos bancos escolares para o ambiente de trabalho onde a agressividade é mais uma vez valorizada. Coisa que não é proveitosa para nenhum dos lados.
Esquecemos o que é ética e amor ao próximo e por isso não sabemos ensinar esses princípios a nossas crianças. A inteligência e os conhecimentos desperdiçados nos faz considerar utopia uma sociedade realmente civilizada.